A própria residência, um matagal conhecido como Barragem de Cima, as obras nas quais trabalhava, o carro e até a casa da mãe, todos esses locais utilizados pelo suspeito para estuprar meninas, se transformaram em terror para as crianças de cinco a oito anos em Taiobeiras, no interior mineiro.
O acusado de praticar os crimes é Elismar Barbosa, de 39 anos, preso pela Polícia Civil da cidade por ter cometido no mínimo cinco abusos. Duas são sobrinhas dele, filhas da sua irmã, e as outras são vizinhas.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Alessandro Lopes, as investigações começaram após a denúncia da irmã de duas vítimas. A jovem desconfiou do comportamento das crianças e relacionou ao fato do tio ter tentado filmá-la tomando banho há algum tempo.
Foi descoberto então que os estupros aconteciam desde 2012, e em vários lugares. O homem, completamente sem escrúpulos, mandava as filhas, que têm a mesma idade e são amigas das vítimas, saírem para comprar algo, e aproveitava a oportunidade para transar com as garotas.
Elismar abusava da confiança que tinha dos pais, para não levantar suspeitas. Contudo, não há comprovação de que havia conivência ou ciência por parte dos mesmos e nem que o suspeito violentava as próprias filhas.
Em depoimento, uma das garotas relatou que Barbosa colocava filmes pornográficos e pedia para que ela repetisse o que estava vendo na televisão. Além disso, o criminoso ameaçava-as com um cachorro pitbull e presenteava-as com pequenas quantias em dinheiro para permanecerem caladas.
As mães, além de muito revoltadas, se dizem tristes pela situação sofrida pelas filhas. Elas pedem, inclusive a irmã do suspeito, a punição devida, para que outras mulheres não passem pelo mesmo sofrimento, que segundo Iurleide Barbosa, presidente do Conselho Tutelar, às vezes é insuperável.
O órgão está fazendo o acompanhamento das crianças e das famílias, enquanto o homem teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele também é acusado de uma tentativa de estupro a uma adolescente de 14 anos, ocorrida em abril de 2013.
O delegado desconfia que outras pessoas também podem ter sido abordadas ou estupradas por ele e por isso pede que a população acione a Corporação e denuncie.
Foto: Michelly Oda