A Polícia Civil de Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais, está perto de concluir o inquérito do caso que chocou o Estado, em que a mãe deixou o bebê recém-nascido no telhado. Nesta terça-feira, dia 09 de setembro, a mãe e o ex-namorado de Taynara Priscila da Silva, de 22 anos, responsável pelo crime, foram ouvidos pelo delegado responsável, Renato Galvão, para esclarecimentos finais.
No dia 02 deste mês, a moradora do primeiro andar de um prédio na Avenida Alfredo Custódio de Paula, no bairro Medicina, no caso Taynara, teve um bebê sozinha, dentro do banheiro, deixando-o posteriormente sobre o telhado de ligação entre as duas alas do edifício. Pouco tempo depois, uma vizinha, Kariny Reis Pereira, percebeu que aquilo que inicialmente parecia uma boneca, estava se mexendo e chorando.
Sem roupa, com um pouco de plascenta e o cordão umbilical ainda no corpo, a criança estava hiportérmica, muito pálida, e por pouco não morreu. Kariny ligou para o socorro, que não demorou muito a chegar. Anderson Soares Silva foi o policial responsável pelo resgate, e se emocionou ao perceber que a menina ainda estava viva. Após os trabalhos, ele a encaminhou rapidamente para o Hospital Samuel Libânio.
Dentro do condomínio, policiais militares e os peritos da Polícia Civil conversavam com os moradores, a suspeita foi identificada e confessou a autoria do crime. Sob custódia da Polícia, ela passou por exames, e depois foi transferida para o Presídio da cidade. Na mesma noite, entretanto, teve a liberdade provisória concedida, e voltou para casa da família, em Itajubá, onde ela deve responder em liberdade.
Em contrapartida, a filha permaneceu internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. O bebê, de 2,450 quilos, perdeu muito sangue pelo corsão umbilical, e teve que passar por uma cirurgia, mas já na sexta-feira, respirava sem aparelhos, em um estado considerado estável pelos médicos.
A inspetora de escola mãe da jovem disse que a filha não sabia da gravidez, apenas achava que a menstruação estava desregulada. Em feveiro, inclusive, Taynara trocou o anticoncepcional, reforçando essa ideia. O ex-companheiro desenhista insdutrial, também alegou não saber de nada, e que não tinha percebido nenhuma alterção física na mulher depois de sete meses do fim do relacionamento.
O delegado agora, tem até 20 dias para encaminhar o material para o Ministério Público Estadual. A estudante do curso técnico de prótese dentária será indiciada pelo artigo 123 do Código Penal, Infanticídio. O crime ocorre quando a mãe, sob a influêcncia do estado puerperal, mata o filho durante o parto ou logo após. Estado puerperal pode ser entendido como alterações fisicológicas da parturiente, que a tiram do estado normal.
Importante ressaltar que ela provavelmente irá a júri popular, mas por tentativa, uma vez que a criança sobreviveu. Mesmo não tendo conhecimento da gravidez, o fato não a exime de responsabilidade, e sua pena poderá ser de dois a seis anos de detenção. Com certeza, esse período será o menor possível, tendo em vista que a morte não se consumou.
Foto: Reprodução EPTV