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Associação dos Servidores da Polícia Civíl do Estado de Minas Gerais

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"Rei da Cachaça" é preso por pedofilia em Salinas

13.10.2020

A Polícia Civil de Salinas, no Norte de Minas Gerais, prendeu na tarde desta terça-feira, dia 12 de agosto, Antônio Eustáquio Rodrigues, empresário criador de marcas famosas de cachaça como Seleta, Saliboa e Boazinha. Toni Rodrigues, como é popularmente conhecido, é acusado de cometer uma tentativa de homicídio, um estupro de vulnerável e um estupro comum.

As investigações começaram depois que um garoto, de 13 anos, contou para mãe dos abusos que sofria, e ela foi ao Conselho Tutelar da cidade. Segundo as testemunhas, Toni distribuía corriqueiramente dinheiro e celulares para as crianças de um bairro pobre e aproveitava desses momentos para abordar as vítimas. Uma menina de 15 anos também foi estudprada por Rodrigues.

Os atos sexuais aconteciam na casa do suspeito e para manter os menores de "boca fechada", Antônio utilizava-se de ameaças. Ele dizia o seguinte: "Ninguém precisa saber disso, afinal nós dois nos daremos muito mal". A situação se repetiu duas vezes, até que a Corporação, com todas as provas em mãos, deflagou a Operação Papai Noel, detendo-o em seu escritório.

Em nota, a Seleta e Boazinha Indústria Comércio Importação e Exportação Ltda, detentora da marca Seleta, afirmou que o homem de 64 anos, sócio-fundador da empresa, estava afastado da gestão desde 2006, por decisão do Conselho Administrativo do grupo, devido a vários problemas de saúde. Além disso, a assessoria de imprensa confirmou que as atividades continuarão normalmente, mesmo com Antônio preso.

A Seleta é a maior fábrica de cachaça artesanal do Brasil e produz 1,5 milhão de litros da bebida por ano. A empresa possui além da fábrica em Salinas, um grande tonel para armazenamento de cachaça, uma engarrafadora, galpões próprios e mais de 300 funcionários. Atualmente exporta para China, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Uruguai, Portugal, Nova Zelândia e França.

Rodrigues ainda será indiciado pela tentativa de homicídio ocorrida no dia 18 de julho deste ano, por volta das 23h50. Mesmo sem a vítima ser identificada, a PC pediu a prisão preventiva baseada em depoimentos de testemunhas, que relataram que o empresário espancou um jovem e ameaçou dar dois tiros nele.