A Polícia Civil de Uberlâdia, no Triângulo Mineiro, apresentou na manhã desta quita-feira, dia 11 de dezembro, quatro pessoas envolvidas no assassinato de Luciano de Paula, de 42 anos, e Flávio Almeida Pita, de 36. O crime ocorreu no dia 14 de fevereiro de 2014, na Avenida Brasil, no Bairro Brasil. As vítimas foram encaminhadas ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal da cidade, mas não resistiram aos ferimentos.
Segundo as investigações realizadas pela Corporação, a motivação do crime teria sido o entrave na venda de um lote. João Batista de Oliveira, de 50 anos, proprietário do terreno, negociou com Luciano a tranferência do mesmo por um valor próximo a R$300 mil. O comprador aceitou os valores, mas tentou revendê-lo para um terceiro. Foi então que descobriu que o lote localizado no Bairro Aclimação, estava com a documentação irregular.
O futuro dono do terreno procurou Batista para desfazer o negócio, desagradando-o. Pouco tempo depois, João pediu ao seu irmão, Juarez de Oliveira Bastos, de 46 anos, para contratar "matadores de aluguel" para tirar a vida de Luciano. Assim, Juarez encontrou os executores Marcos Aurélio da Cruz, de 35 anos, e Lauro Silveira, de 20, e a dupla realizou o serviço junto com a namorada de Lauro.
As imagens de segurança da concessionária onde as vítimas trabalhavam mostraram perfeitamente a ação dos criminosos: Lauro, acompanhado do comparsa, foi até a porta da revendedora de veículos e desceu do automóvel. Passando-se por um cliente, entrou no estabelecimento, conversou alguns segundos com Luciano e Flávio, e começou a efetuar disparos contra os mesmos, que correram.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Matheus Ponsancini, a participação da mulher se deu da seguinte forma: ela falsificou documentos para comprar um chip de celular, sendo que este foi utilizado no dia do crime para ligar para o telefone de Luciano e localizá-lo. Isso porque o bando não sabia quem era a vítima que tinham sido contratados para matar. A meliante está presa no Alto Paranaíba, em Araxá.
João Batista foi encontrado e detido na última semana. O inquérito está sendo finalizado e em breve será encaminhado à Justiça. Os envolvidos, que já tinham passagens pela Polícia, responderão, segundo o Código Penal, por duplo homicídio qualificado, tendo em vista o motivo fútil, a impossibilidade de defesa das vítimas e a promessa de recompensa, já que eles receberiam R$5 mil pelo "serviço".
Foto: Caroline Aleixo/G1