Esta semana veio a público os 11 meses de terror pelos quais passou uma estudante da Universidade Federal de Viçosa (UFV), de 29 anos, apanhando quase todos os dias do namorado.

Tudo começou em 2009, quando o casal se conheceu em Curitiba. Naquela época, a mulher cursava o mestrado em Medicina Veterinária na cidade. Com uma boa lábia, Renato Ferreira da Silva Júnior, de 33 anos, enganou ela e toda sua família alegando ser um oficial da Marinha, que fazia missões especiais por todo o mundo. Para piorar a mentira, o suspeito ainda afirmou ser um seguidor da cultura muçulmana, uma vez que apaixonou-se pela mesma em uma de suas viagens. 

Ao ser aprovada para fazer o Doutorado, a veterinária se mudou para a cidade em março do ano passado, junto com o companheiro. Foi nesse período que começaram as agressões e as restrições de liberdade. A curitibana ainda tinha que usar vestimentas típicas da religião, mesmo sem seguí-la.

Interrogada sobre o caso, ela contou que nunca chamou a polícia por medo, já que o homem ameaçava matar seus familiares no Paraná. Na semana passada, entretanto, a história mudou. Desesperada, a mulher conseguiu fugir de casa e se refugiou em uma mata do campus da universidade.

Renato fez boletim de ocorrência sobre o desaparecimento, sem saber o que o esperava. Ciente da situação, os policiais o prenderam temporariamente por 30 dias. Diante do delegado titular da Delegacia de Viçosa, José Donizetti Teixeira, o agressor assumiu que batia na namorada por ciúmes e outros motivos irrelevantes. Os golpes eram principalmente socos, em qualquer briga do casal.

Ele será indiciado por violência doméstica, lesão corporal e ameaças, mas se livrará de responder por cárcere privado, uma vez que a vítima frequentava as aulas diariamente. O provável tempo de sua pena são dois anos de detenção.

Foto: Uarlen Valério