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Associação dos Servidores da Polícia Civíl do Estado de Minas Gerais

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Polícia pede mais tempo na investigação de deslizamento

13.10.2020

Faltando pouco tempo para completar o prazo de trinta dias da abertura do inquérito, a delegada responsável pelo caso de deslizamento de terra que causou a morte de três pessoas em uma mina em Itabirito, na Região Central do Estado, pedirá a prorrogação para a conclusão dos trabalhos investigativos, uma vez que até sexta-feira, dia 10 de outubro, não será possível finalizar as apurações.

Para descobrir as causas do acidente ocorrido em uma das minas da empresa Herculano, a delegada Mellina Isabel Silva Clemente já ouviu 28 pessoas desde o dia 12 de setembro, incluindo dois ex-funcionários, a engenheira de segurança do local, e um dos sobreviventes da tragédia, o funcionário Geraldo Matozinhos Moreira, de 42 anos. Entretanto, outras cinco pessoas devem ser ouvidas para finalizar as investigações.

A Perícia Técnica já concluiu os trabalhos, mas os resultados não foram divulgados. Além disso, é possível que a delegada solicite mais alguma tarefa aos peritos. No final do último mês, com o intuito de se defender, a mineradora divulgou nota informando que canais subterrâneos originários de um fenômeno geológico raro, conhecido como "inversão de relevo", podem ter levado ao rompimento da barragem B1.

Mesmo que o levantamento tenha sido realizado por uma empresa especialista no assunto, isso não tira a responsabilidade da Herculano, que só poderá se livrar das acusações depois de uma posição da delegada. Enquanto isso, os bens da sociedade empresária seguem bloqueados pela Justiça de Itabirito, em virtude de uma ação cautelar que visa garantir a indenização e a recuperação de danos causados pelo deslizamento.

Nesse contexto, é importante ressaltar que o diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), se posicionou sobre o assunto, alertando que é incomum o rompimento de barragens. Para Rinaldo Mancin, acidentes normalmente acontecem porque o plano de monitoramento ou a manutenção constante não foram realizados. Cabe agora à Corporação confirmar o que disse o Ibram ou o laudo da empresa de consultoria.

Foto: Paulo Filgueiras