ASPCEMG

Associação dos Servidores da Polícia Civíl do Estado de Minas Gerais

Rua dos carijós 150, 9ºandar - centro BH/MG

Polícia esclarece assassinato de espanhol em Confins

13.10.2020

O homicídio de um missionário religioso espanhol, ocorrido em setembro de 2011, foi esclarecido pela Polícia Civil e levado a público nesta segunda-feira, dia 5 de maio.

Jorge Rodriguez Marco, na época com 47 anos, foi morto em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e a partir de então, a Polícia Federal da Espanha e a Embaixada Espanhola, o Poder Judiciário e o Ministério Público trabalham no caso junto com a Corporação.

Por ser estrangeiro, sua identificação foi difícil, até porque não foi registrada queixa de seu desaparecimento no país natal e seus documentos foram queimados. Com exame de DNA feito, foi possível reconhecê-lo e então começar as investigações.

Primeiramente os policiais foram atrás da história de vida da vítima. Nascido em 1964, o homem veio ao Brasil por dois motivos: propagar a religião que pregava na Espanha e conhecer uma mulher com a qual mantinha contato pela internet.

Ele chegou a solo brasileiro em maio de 2010, tendo seu visto, validade de três meses. Completados os 90 dias, ele renovou o visto, estendendo o prazo até novembro daquele ano. Durante esse período, entretanto, o Jorge resolveu ficar por aqui, uma vez que conheceu uma outra mulher e se apaixonou por ela.

Procurando uma solução para resolver sua situação e ficar regularizado, o espanhol encontrou Henrique Gomes Tavares, de 27 anos, um dos seguidores da sua religião. O suspeito lhe ofereceu ajuda e começou a cobrar algumas quantias em dinheiro para renovar o visto do missionário.

O que Rodriguez não sabia era que Henrique é um estelionatário, com antecedentes por falsificação. E foi isso mesmo que ele fez, produziu documentos ilegítimos para ludibriar o estrangeiro.

Ao perceber que as providências não estavam sendo tomadas, Jorge cobrou resultados ou o dinheiro de volta de Tavares, que se sentiu pressionado e planejou o assassinato do “amigo”, com o qual chegou a sair junto várias vezes.

No primeiro dia daquele mês, Henrique marcou um encontro com a vítima perto da rodoviária da Capital. Lá, colocou Jorge dentro de um veículo e levou-o para Confins, onde estacionou o carro em um local afastado, atirou o espanhol em uma vala e ateou fogo em seu corpo.

Tantas informações só foram possíveis devido à realização de campanas, cruzamento de informações, interceptações telefônicas, análise de dados e de documentos, apreensões e prisões, sem contar o recolhimento de provas periciais e depoimento de testemunhas.

O delegado Jonas Tomazi, titular da Delegacia de Confins, concluiu o inquérito com o indiciamento de Henrique pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, estelionato e falsificação de documento público. O criminoso foi encaminhado ao Presídio de Vespasiano e pode pegar até 44 anos de cadeia.

Foto: Globo Minas