Um homem de 26 anos suspeito de estuprar alunos de uma escola municipal de Belo Horizonte, foi preso pela Polícia Civil nesta segunda-feira, dia 15 de setembro. De acordo com o delegado responsável pelo caso, foram pelo menos cinco vítimas, sendo quatro alunos da instituição de Venda Nova, e o filho de uma ex-namorada do monitor de reforço, todos com idade entre 9 e 12 anos.

A investigação começou depois que um dos meninos contou à família sobre os abusos que vinha sofrendo. Os pais registraram o Boletim de Ocorrência e a Corporação deu início aos trabalhos. Um dos estudantes contou ao delegado que manteve relações sexuais com o professor durante mais de um ano e outro chegou a passar a noite na casa dele.

Segundo o delegado João César Bicalho, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, os crimes aconteciam na residência do autor, que atraía as crianças com convites para jogar videogame ou para brincar com seus filhos, que no caso não existem. Ele mora com a mãe, o padrasto e o irmão, mas a participação dos mesmos foi descartada.

O criminoso, funcionário da escola há mais de quatro anos, era muito querido pelos alunos e pelos pais, que despositavam nele uma confiança enorme. A incoerência é tanta, que o suspeito já coordenou até uma campanha contra a pedofilia na instituição de ensino. As investigações apontaram ainda que um dos estupros aconteceu em uma viagem para participar de uma competição estudandil.

Em seu depoimento, Renato assumiu ter cometido os crimes e deu como "desculpa", o fato de ter sido, supostamente, abusado por um vizinho quando tinha seis anos de idade, o que nunca contou a ninguém. Para o delegado, o homem deve ter algum tipo de doença psicológica, pois é muito "esquisito", diferente do perfil dos outros que praticam o mesmo fato típico, ilícito e culpável.

Na casa do homem foram apreendidos um notebook, um computador e um CD contendo fotos com os estudantes. Entretanto, não foi encontrado conteúdo associado à pornografia infantil. A Secretaria Municipal de Educação da Capital informou que Renato não é funcionário do órgão, sendo os monitores do programa Escola Integrada contratados pelas próprias escolas.

Detido no Presídio de Ribeirão das Neves, o meliante deve ter sua prisão temporária convertida em prisão preventiva. O inquérito sobre o caso já foi concluído pela PC e deve ser enviado à Justiça nos próximos dias. Após o julgamento, se for condenado, o suspeito pode pegar até 40 anos de prisão.

Foto: Cristiano Trad