Na madrugada desta quinta-feira, dia 27 de novembro, Elza Maria Ávila da Silva, de 51 anos, foi esfaqueada com cinco golpes nos braços, quatro no pescoço, três nas mãos e duas no tórax enquanto dormia em sua própria residência, em Lavras, num total de 14 ferimentos. O crime, que em um primeiro momento teria sido cometido por assaltantes, ficou muito mal explicado, e seu marido, um comerciante de 54 anos, acabou preso por encomendar a morte da esposa.
Os fatos seguiram a seguinte cronologia: na manhã de quinta, o homem ligou para a Polícia Militar alegando que sua casa foi invadida por ladrões e que sua mulher estava ferida. Ele ainda contou que no momento da invasão pelos meliantes, conseguiu fugir, deixando-a sozinha no domicílio. Quando retornou, algum tempo depois, encontrou-a caída no sofá da sala, sangrando muito em virtude das inúmeras facadas.
A história contada pelo comerciante, entretanto, não convenceu os investigadores, que pesquisaram no sistema e verificaram que já havia diversas acusações de ameça e lesões cometidas pelo mesmo contra a esposa. Pressionado, o suspeito acabou mudando o depoimento e assumindo que contratou uma pessoa, para que esta matasse a sua companheira, pois não concordava com a separação pedida por ela.
Ele continuou o interrogatório dizendo que depois de feito o pagamento, eles combinaram a simulação de um assalto para ludibriar a Polícia. O homem levou o "matador" de carro até poucos metros de sua casa e aguardou do lado de fora enquanto o mesmo realizava o serviço, ou melhor, cometia o homicídio. Mais uma vez os relatos do comerciante não fizeram sentido algum para o delegado responsável pelo caso.
Os policias acham que depois de uma discussão, ele perdeu o controle e esfaqueou a esposa, mas quando viu que ela não tinha morrido, inventou toda essa mentira de contratar um matador, até porque alguém pagou para isso não deixaria a mulher viva. Agora, segundo o delegado Ailton Pereira, a PC aguarda autorização médica para a vítima se pronunciar sobre quem tentou lhe tirar a vida.
De qualquer modo, o suspeito, que já tinha sido preso no dia 13 deste mês por agredir Elza, e liberado depois de pagar fiança, está detido e responderá por tentativa de homicídio qualificado, uma vez que foi praticado contra cônjuge e ela estava impossibilitada de se defender. A comprovação da autoria ou não só vai intensificar ou diminuir a quantidade de pena do homem, mas ele não deixará de ser responsabilizado.
Foto: Reprodução/EPTV