A Operação Hemostase, realizada pela Polícia Civil no combate à venda de vagas nos cursos de Medicina de faculdades mineiras e fluminenses, já indiciou 36 pessoas, mas os crimes não pararam por aí.
Continuando as investigações, a Corporação descobriu que o golpe também ocorreu no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na cidade de Barbacena, Região Central do Estado.
Um fiscal foi subornado com o valor R$10 mil para fornecer as provas do caderno amarelo dos dois dias. Estas, repassadas a pessoas identificadas como pilotos que resolveram as questões e mandaram o gabarito para o chefe da quadrilha José Cláudio de Oliveira. Ele, por meio de mensagens no celular ou ponto eletrônico, repassou-as aos candidatos, garantindo a futura aprovação. Segundo o delegado da cidade, Fernando José Barbosa Lima, o preço cobrado pelos criminosos em troca das informações ilegais variava de R$70 a R$100 mil.
Como investigar casos relacionados ao Enem cabe à Polícia Federal, os resultados da investigação foram entregues ao delegado de Investigação de Combate ao Crime Organizado, Paulo Henrique Barbosa, que daqui pra frente, será o responsável por confirmar o crime e identificar os beneficiados.
Entre o que foi apreendido estão dois cadernos amarelos, cerca de 30 gravações de conversas entre José Cláudio e o aposentado Quintino Ribeiro Neto, que também comandava a quadrilha, mensagens de texto contendo gabaritos e outras em que eles comemoram o número de acertos nas prova.
Foto: Jairo César