Um crime covarde aterrorizou a população de Uberlândia no fim de agosto. Guilherme Raniery Garces Ferreira, de 23 anos voltava para a casa após uma festa de criança, com a esposa e o filho, de quatro anos, quando viram um carro fazendo ziguezague na pista. Preocupado, o casal corrigiu a atitude dos jovens, que um pouco à frente, cercaram seu carro. Os três rapazes desceram, assim como Guilherme, e a discussão começou. O pai de família foi atingindo por uma garrafa de uísque e caiu desacordado. Ainda hove tempo para mais alguns chutes antes dos criminosos fugirem. Mandíbula quebrada, perda de vários dentes e necessidade de uma cirurgia para reconstituição facil, essa foi a luta travada pelo corretor de imóveis, que ainda emegreceu 16 quilos e alimentou-se por sonda durante muito tempo.
Paralelamente a sua recuperação, a Polícia Civil investigava e produzia o inquérito do caso, que ficou pronto nesta segunda-feira (23). O que no começo era tratado como lesão corporal grave, passou para tentativa de homícidio. De acordo com o delegado Bernardo Pena Salles, a partir do momento em que as agressões foram feitas mesmo com Guilherme "apagado", eles assumiram o risco de matá-lo, o que poderia se concretizar caso uma testemunha não tivesse ajudado a acabar com briga de trânsito. O trio foi indiciado por tentativa de homicídio duplamente qualificada, pelo motivo fútil e que impossibilitou a defesa da vítima. O inquérito será encaminhado à Justiça e o poder de decisão acerca da prisão preventiva é do Ministério Público. O órgão tem 15 dias para efetuar a denúncia. Para piorar a situação dos suspeitos, a família de Guilherme pretende entrar com ação para o ressarcimento dos gastos com medicação e tratamento. Os suspeitos, que tem mais ou menos a mesma idade da vítima, valeram-se do direito constitucional de permanecer calado e de não se auto-incriminar no depoimento.
Foto: Camila Mota