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Associação dos Servidores da Polícia Civíl do Estado de Minas Gerais

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Operação "Hemostase" acaba com esquema milionário

13.10.2020

A Polícia Civil realizou na última terça-feira, dia 3 de novembro, a Operação "Hemostase", em alusão ao conjunto de procedimentos cirúrgicos para estancar uma hemorragia, levando para a cadeia 21 pessoas que integravam uma quadrilha que arrecadava milhões com a venda de vagas em cursos de Medicina em faculdades particulares de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Uma equipe de 180 policiais se dirigiu à 17 cidades mineiras e fluminenses, utilizando 38 viaturas e um helicóptero.

As investigações começaram há oito meses, com a Delegacia Regional de Caratinga, sede da comarca judicial que expediu 21 mandados de prisão e 32 de busca e apreensão. A Corporação descobriu que o grupo auxiliava os candidatos a ingressarem ilicitamente no curso, seja por meio de telefone celular, ponto eletrônico, vaga direta, terceiros fazendo a prova no lugar do candidato ou mesmo pela falsificação de históricos escolares. O preço variava de acordo com a modalidade, indo de R$30 mil a R$140 mil.

De acordo com o delegado Fernando Lima, foram presos o funcionário público aposentado Quintino Ribeiro Neto, de 63 anos, e Maria Aparecida Calazani, de 37, líderes do esquema, além de médicos que tinham o sonho de ingressar os filhos no curso de medicina, estudantes que faziam a intermediação, uma dentista, um fazendeiro e um policial reformado. Com a quadrilha foram apreendidos algo em torno de R$500 mil em dinheiro, sendo U$ 25 mil, celulares, documentos, pontos eletrônicos, munições de uso restrito e um veículo de passeio.

Sete instituições de ensino superior do Estado estavam envolvidas: Unipac de Juiz de Fora, PUC Betim, Faminas de Belo Horizonte, Unec de Caratinga, UI de Itaúna, Univaço de Ipatinga e Funjob de Barbacena. As universidades Unig de Itaperuna e Nova Iguaçu (RJ), Unifeso de Teresópolis (RJ), FMP de Petrópolis (RJ), todas do Rio, também foram alvo dos criminosos e serão investigadas em relação a venda direta.

Já os presos foram indiciados por associação criminosa, fraude de certames de interesse público, estelionato, falsificação de documentos públicos e de documentos particulares, falsidade ideológica, falsa identidade e lavagem de dinheiro. Assim como frizou o superintendente de Investigações e Polícia Judiciária, delegado Jeferson Botelho, esse foi um passo importante para evitar e entrada de pessoas despreparadas no mercado de trabalho e a operação irá continuar, para se ter certeza que todo o esquema foi destruído.

Foto: Divulgação/Polícia Civil