Há pouco mais de dois anos, a Polícia Civil recebeu a denúncia da ameaça feita pelo então presidente da Câmara Municipal de Minas Novas, Região do Alto Jequitinhonha, José Maria Lopes Ferreira, contra João Martins Dutra, ex-vereador da cidade. Naquela ocasião, um político acusava o outro de ter o ameaçado por denunciar seu envolvimento no desvio de um computador.

A Corporação, a partir de então, começou uma intensa investigação a cerca de um amplo esquema de desvio de verbas públicas, precisando até da quebra do sigilo telefônico, bancário e fiscal dos envolvidos.

Dessa forma, foi descoberto que o presidente tomou posse de um computador, um telão e uma câmera fotográfica do gabinete da Câmara Municipal, no crime de peculato. Ele também é acusado de ocultação de prestação de contas referentes a 2011.

José Maria, entretanto, não trabalhava sozinho. O vereador Geraldo Fernandes, o empresário Wellington Adão Pires e os funcionários públicos Felipe Gabriel Martins Almeida e Josivando Alves Souza também foram indiciados.

Wellington foi o responsável pela criação de uma empresa fantasma que simulava a prestação de serviços de publicidade à Câmara. Geraldo, como vereador, tinha o poder de aprovação de todas as notas de empenho emitidas irregularmente, uma vez que era Secretário Executivo da Casa.

Felipe Gabriel, como contador contratado para substituir o exonerado sem motivos pelo presidente, fazia parte do esquema ao fraudar as contas. Já o motorista Josivando se envolveu por ter seu nome usado em notas de viagens expedidas de forma irregular.

O titular da Delegacia de Minas Novas, delegado Vítor Amaro Beduschi Beloti, concluiu o inquérito e o encaminhou à Justiça de Minas Novas. Os cinco foram indiciados nos crimes de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, ameaça, peculato desvio, formação de quadrilha, dispensa injustificada de licitação e destruição ou inutilização de papéis ou documentos públicos.