Um ginecologista que trabalhava em uma clínica própria e no hospital de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, pode ser condenado a até seis anos de prisão por praticar um crime tipificado no artigo 215 do Código Penal, violação sexual mediante fraude: "Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima".

As investigações da Polícia Civil começaram há mais ou menos dois meses, quando quatro mulheres denunciaram os crimes cometidos pelo profissional. A Corporação instaurou um inquérito, checou as informações e rapidamente conseguiu a prisão preventiva, para apurar melhor os fatos. O médico foi preso na última sexta-feira, dia 17 de outubro, em um dos locais onde trabalhava.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Felipe Pontual Meira Rosa, o homem enganava mulheres de 18 a 23 anos dizendo que a forma que examinava as pacientes fazia parte de um protocolo, quando na verdade tentava masturbar as mulheres. Em um caso mais extremo, em outro município, ele chegou a tirar o órgão sexual para penetrar na jovem, que percebeu e impediu o ato.

O ginecologista impedia a entrada de enfermeiros ou acompanhantes no momento da consulta e, na maioria das vezes, não utilizava luvas. O nome do suspeito de abusar sexualmente não foi revelado, uma vez que o caso corre em segredo de Justiça. A identidade das vítimas também não veio a público, mas é certo que desde que ele foi detido, outras três mulheres já procuraram a Delegacia.

O delegado acredita que existem outras vítimas e até apoia que elas se manifestem, já que vão contribuir para a elucidação do crime com mais rapidez. Em seu primeiro depoimento, o médico se mostrou surpreso com a prisão e negou os abusos. De qualquer modo, ele permanecerá detido na cadeia pública de Turmalina até o término das investigações.