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Associação dos Servidores da Polícia Civíl do Estado de Minas Gerais

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Médico é preso por atentado violento ao pudor em Betim

13.10.2020

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu na sexta-feira passada e apresentou nesta quarta, dia 21 de janeiro de 2015, o médico Renato Mussi Lara Safar, de 50 anos. O cardiologista foi condenado pela Justiça por atentado violento ao pudor contra duas mulheres no Hospital Divina Previdência, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os crimes ocorreram em 2005 e 2006, mas ele foi julgado culpado por apenas um deles em 2010, e obteve o direito de recorrer da sentença em liberdade, ficando todo esse período solto e trabalhando normalmente.

O juiz responsável pelo caso aplicou uma pena de seis anos e seis meses, em regime semiaberto, o que não tinha sido cumprido até hoje. Depois de quase cinco anos de demora, a sentença definitiva foi transitada em julgado, e assim expedido um mandado de prisão contra Renato. Para sorte do homem, à época dos fatos, a atitude praticada por ele ainda não configurava estupro, crime que ele seria enquadrado hoje em dia. Como não era lei naquele tempo, a sanção penal foi bem menor.

Os abusos ocorreram da seguinte forma: a primeira das vítimas chegou ao hospital à procura de um clínico geral, no entanto, o médico tomou a frente dos demais e fez questão de consultar a paciente. Em sua sala, colocou-a na maca e começou a encostar um corpo no outro. Depois disso, jogou-a com força em uma cadeira, o que a fez sair correndo à procura de ajuda. Segundo relatou a mulher, ninguém na clínica quis ajudá-la, e eles ainda tentaram atrapalharam o trabalho da Polícia Militar no local.

A outra ocorrência foi bem semelhante. No momento de ser consultada por Renato, a vítima foi tocada em seus seios pelo homem enquanto ele fazia o uso de um estetoscópio. Apesar de ter feito a representação, que é como se chama no Direito o ponto de partida de um processo, neste caso Safar sofreu uma pena bastante leve, realizando apenas trabalhos comunitários. Vale ressaltar que as mulheres vítimas de crimes sexuais têm o prazo de seis meses para ajuizarem uma ação contra o autor do delito.

De acordo com a delegada Ariadne Elloise Coelho, da Delegacia de Mulheres de Betim e responsável pelo cumprimento do mandado, o criminoso foi preso no Bairro Prado, na Reigão Oeste da Capital, na clínica onde trabalhava. Ariadne ainda ressaltou a importância da denúncia, mesmo que seja difícil e constrangedor para quem sofreu o estupro. Deixando de informar à Corporação, para que seja feita uma investigação e um inquérito instaurado, a vítima acaba possibilitando que seu agressor saia impune.

Durante a apresentação, o cardiologista, que é casado e tem filhos, negou que seja autor dos crimes: “Foi uma prisão arbitrária. Estou sendo alvo de perseguição. Posso até ser morto na prisão por causa disso”. Entretanto, antecedentes já foram registrados pela prática de atentado ao pudor mediante fraude em Pará de Minas, além de contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor. Renato Mussi foi encaminhado ao Presídio Inspetor José Martins Drumond, em Ribeirão das Neves.

Foto: Reprodução/TV Alterosa