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Homem que matou o filho de seis meses é preso na Capital

13.10.2020

A Polícia Civil apresentou nesta sexta-feira, dia 05 de setembro, em Belo Horizonte, Gedeon Fernandes Santos, de 23 anos, que matou o próprio filho, de apenas seis meses. Depois de dois dias internada em coma no Hospital Odilon Behrens, a criança faleceu na quinta.

Segundo o homem, ele ficou nervoso com o bebê chorando, teve um "apagão" e acabou batendo no menino. O filho teve traumatismo craniano e sintomas da chamada "síndrome do bebê sacudido". O açougueiro alegou ainda que estava sob efeito de bebidas alcóolicas e de "sangue quente" após uma partida de futebol.

O delegado Delmes Feiten Rodrigues, responsável pelo caso, revelou que as contradições nos depoimentos do suspeito e de sua companheira, madrasta da criança, levantaram as primeiras dúvidas acerca da verdadeira causa da morte. Somente o criminoso deu três versões diferentes para o caso. 

Primeiro ele disse que o neném rolou da cama e caiu, depois mudou, declarando que tropeçou com o bebê no colo. Por fim, relatou que o incidente ocorreu enquanto dava banho no menino. Nem essas, nem a versão de que ele teria se engasgado com leite convenceram os investigadores.

Teve ainda a posição da madrasta, que alegou que Gedeon consertava o chuveiro com uma turquesa e segurava o garoto com a outra mão. De acordo com a mulher, ela sofria ameaças e, por isso, não denunciou o namorado. A perícia ainda vai analisar a ferramenta para descobrir se ela foi usada nas agressões, mas a madrasta não deve ser indiciada.

Fernandes foi detido em flagrante e responderá pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima. O suspeito já tinha uma passagem pela Polícia por estupro, quando engravidou uma adolescente de 12 anos.

A criança agredida era fruto de um namoro de apenas um mês entre Gedeon e outra jovem da mesma idade dele. O assassino registrou o filho, mas só existia um acordo formal sobre a guarda. Santos afirmou que não gostava de ficar com o menino e que coisas como essas "acontecem na vida da gente", demonstrando muita frieza.

O açougueiro chegou a chorar, confessou o crime, mas estava mais preocupado em saber se poderia ser liberado se pagasse fiança do que com o filho em si. A Corporação acredita que ele tinha a intenção de fugir. 

Foto: Cristiano Martins