Assessoria de Impressa - Popó
A Policia Civil de Uberlândia apresentou cinco dos seis acusados de terem planejado e executado três trabalhadores sem-terra, na manhã do dia 24 de março, às margens da MG-455, entre o distrito de Miraporanga e Uberlândia. As vitimas foram mortas com tiros na cabeça. Entre os mortos estava uma das coordenadoras do Movimento de Libertação dos Sem-Terras (MLST).
Valdir Dias de Ferreira, 39 anos, Milton Santos Nunes da Silva, 52 anos e Clestina Leonor Sales Nunes, 47 anos, que residiam no acampamento 21 de agosto, na fazenda São José dos Cravos, em Prata, viajavam num automóvel Kadett, com destino a Uberlândia, quando foram abordados por dois homens, num outro veiculo, um Gol, e um deles desceu e disparou os tiros à queima-roupa e evadiu.
Segundo foi apurado durante as investigações feitas pela PC uberlandense, os três foram mortos por vingança. Em 2009, um mandante do crime foi preso em flagrante, pela Policia Civil, com carga de 331 tabletes de maconha, próximo ao acampamento se sem-terras onde ela morava. Como Clestina coordenava o local, ele teria desconfiado que Lea teria denunciado à polícia e planejou a vingança.
Estão presos: José Alves de Sousa, 52 anos, vulgo Zé Roleta, apontado como mandante; Roberto Xavier Dantas, 44 anos, também mandante; Rodrigo Cardoso Fric, 25 anos, apontado como executor; Willian Gonçalves da Silva, 20 anos, apontado como olheiro do grupo; Rafael Henrique Cardoso, 24 anos, o motorista do Gol, e Rogério Carvalho Lucas, 29 anos, que escondeu o veículo após o fato.
Prisões
A Polícia Civil chegou aos autores através de investigações iniciadas no mesmo dia, com base nos levantamentos. Inicialmente, foram duas linhas de investigação, não reveladas. No dia 31 de maio, os policiais localizaram Rafael Henrique Cardoso, que havia sido o motorista do carro que conduziu o matador. Ele foi Preso em Centralina e confessou a sua participação no triplo homicídio.
No mesmo dia, a equipe localizou nem Uberlândia, um dos mandantes do Crime. José Alves de Sousa, o Zé Roleta era investigado porque fora dos homens que imaginavam terem sido delatados por Clestina. Zé Roleta e um comparsa haviam sido presos, com a maconha, próximo ao acampamento de sem-terra do Rio das Pedras, que a mulher coordenava, de posse dos 331 tabletes de maconha.
Na continuidade das deligências, o terceiro a ser preso foi Willian Gonçalves da Silva, vulgo Courinho, em quatro de junho. O rapaz, conforme as investigações, era o olheiro do bando. Um dia antes da execução, ele, o matador e o motorista do carro haviam chegado ao acampamento, se apresentando como sem-terra e dormiram no local, com Courinho ficando responsável por levantar a rotina de Clestina.
No dia nove de junho, a Polícia Civil prendeu o segundo mandante: Roberto Xavier Dantas. Segundo as investigações, o criminoso, conhecido por Robertão, teria sido o mandante por ser um dos donos da droga apreendida. No dia 11 de junho houve a quinta prisão. Rogério Cardoso Lucas, encarregado de ocultar o carro usado no crime, foi localizado e preso em Uberlândia. Ele foi solto no dia 18.
O pistoleiro foi encontrado em Gravataí (RS), depois de intensas investigações, no dia 19 de março ele foi preso naquela cidade com o apoio da Deic de Porto Alegre. Rodrigo Cardoso Fric, vulgo Gauchinho, foi trazido de avião para Uberlândia hoje à tarde e apresentado. Ele disse aos policiais que recebeu R$ 7.000,00 para matar Clestina e matou os outros dois para não ser reconhecido.
A coletiva de imprensa foi concedida pelo delegado chefe do 9º DPC, Samuel Barreto de Souza, pela delegada regional de Policia Civil, Márcia Regina Pussoli, pelo delegado de Homicídios, Helder Paulo Carneiro e pelo delegado do 8º Distrito Policial, André Vinícius Corazza. O delegado Eduardo Fernandes Peres Leal, também participou das investigações, mas não esteve na entrevista coletiva.
Ao todo trabalharam nas diligências, nos seus quse 90 dias, cinco delegados e vinte policiais entre agentes e escrivães. A operação para a prisão dos acusados foi denominada de Astréia, ‘ deusa grega da pureza e da inocência, para muitos considerada deusa da Juntiça, que pediu ao seu pai Zeus que a levasse embora da terra, pois preferia morrer a conviver com as injustiças e as perversidades”.
Em nome da Polícia Civil, o delegado chefe do 9º DPC, Samuel Barreto de Souza, agradeceu a participação e o empenho de todos os policiais civis que trabalharam no caso e mencionou a colaboração do poder Judiciário e do Ministério Público uberlandense e, por fim, o apoio recebido da polícia gaúcha na prisão de Rodrigo Fric. O Departamento de Homicídios de BH participou do inicio das investigações.