Três pessoas envolvidas na morte do travesti Frederico Lucas dos Santos, mais conhecido como Marina Klun, de 23 anos, foram presas pela Polícia Civil de Minas Gerais e apresentadas nesta sexta-feira, dia 28 de novembro, pelo Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O crime aconteceu no dia 17 de julho de 2014, próximo aos motéis da Via Expressa, em Contagem, local conhecido por ser ponto de prostituição.
Segundo as investigações dos agentes da Corporação, existem dois pontos de prostituição famosos na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, comandados por cafetinas, que também são travestis, diferentes. As garotas de programa da Praça da CEMIG e da Via Expressa conviviam bem, frequentavam as mesmas boates e bares, até que a líder da Praça se envolveu com o ex-namorado da chefe da Expressa, causando um confronto enorme não só entre as duas, mas entre os grupos inteiros.
Criada essa guerra generalizada entre as prostitutas, tiveram início os incidentes, como assaltos, agressões físicas e tentativas de roubar os pontos umas das outras. Nesse contexto, Marina Klun, largou o cargo de gerente da Praça da CEMIG e foi desempenhar o mesmo papel na concorrente, causando revolta em todas as ex-companheiras. Este, inclusive, foi o motivo do travesti ser assassinado.
O crime aconteceu assim: na noite do dia 17, um Uno passou atirando contra as pessoas que se prostituíam na Via Expressa, mas ninguém foi atingindo. Logo em seguida vieram os disparos de um HB20, sendo que estes causaram a morte de Frederico e ferimentos em uma amiga, que resistiu. Além do homicídio, os envolvidos responderão pela tentativa contra esta jovem que estava no local.
Jailson Souza Cardoso, que tem o apelido de Samantha Fox, de 35 anos, seu companheiro, Victor Alves Nery, de 20 eram os passageiros do Uno, sendo o primeiro apontada como o mandante do crime. Igor Alexandre Mariano, vulgo Pamela Ferraz ou Gordet, de 20, era o motorista do HB20 e autor da morte de Marina. Interrogados, o trio nega envolvimento no assassinato e diz ser alvo de muita inveja. De qualquer modo, os três seguem presos. A cafetina responsável pela Via Expressa está sendo investigada.
Foto: Paulo Filgueiras