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Associação dos Servidores da Polícia Civíl do Estado de Minas Gerais

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Homem é preso por ofender prefeito em Juiz de Fora

13.10.2020

A Polícia Civil de Juiz de Fora prendeu na manhã de sexta-feira, dia 14 de novembro, um empresário do setor de importações e de marketing, suspeito de cometer três tipos de crimes diferentes nas redes sociais contra o atual prefeito da cidade, Bruno Siqueira. O homem, de 38 anos, foi detido em casa, no Centro e poderá responder por calúnia, injúria e difamação.

As investigações começaram há cerca de dois meses, a partir de um requerimento enviado à Corporação pela própria vítima. Os policiais, que a cada dia estão mais especialistas e dispondo de melhores técnicas para encontrar os autores, descobriram o IP do computador do dono da página, o provedor foi representado e liberou o endereço. A partir daí, foi organizada um operação pela equipe da 7ª Delegacia para prendê-lo na Avenida Presidente Itamar Franco.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Ione Barbosa, no local citado acima e no antigo escritório do empresário foram apreendidos diversos equipamentos eletrônicos em decorrência do cumprimento do mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça. Entre eles estavam um HD externo, dois pen drives, dois tablets, três celulares, três notebooks, além de cabos e baterias. Esses materiais serão encaminhados à Perícia Técnica.

Segundo os trabalhos da PC e seguindo a lógica do próprio depoimento do suspeito, não era ele que postava as informações que atentavam contra a honra do chefe do Executivo no município. O problema das mensagens é que elas não eram meras publicações, mas estavam intencionadas a denegrir a imagem do prefeito a partir de possíveis irregularidades de seu governo. Só o nome da página deixa bem claro o objetivo dos envolvidos: “Fora Bruno Siqueira, pior prefeito da história”.

Mesmo que não tenha sido o homem detido o responsável por tornar as "descobertas" públicas, a delegada ressaltou que ele não está isento, já que por ser o dono do perfil na internet, tinha ciência de tudo que estava lá. As investigações continuarão, sendo que um passo importante foi dado: o suspeito indicou mais duas pessoas que estavam envolvidas no crime e das quais partiram todas as denúncias e críticas feitas ao prefeito de Juiz de Fora.

No depoimento, o homem negou motivações políticas, disse que não tem ligações com partidos da oposição, e foi liberado. Vale ressaltar que também há um processo cível de crime cibernético correndo em segredo de Justiça pelo mesmo motivo. Ione Barbosa acredita que na página houve as três modalidades de crime contra a honra, que segundo a doutrina é um conjunto de atributos pessoais que conferem a pessoa estima própria, imagem dentro da sociedade.

A calúnia é a mais grave delas, uma vez que nela é imputado a alguém, falsamente, fato definido como crime. Já na difamação, é imputado fato ofensivo à sua reputação e na injúria a dignidade ou o decoro que são ofendidos. As penas para cada um são baixas, mas serão somadas. Mesmo que não fique preso, é importante para o empresário aprender a respeitar o próximo e medir suas palavras a partir de agora.

Foto: Roberta Oliveira