ASPCEMG

Associação dos Servidores da Polícia Civíl do Estado de Minas Gerais

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Trajetória de Arli Pereira de Sousa, o “Inhame”.

13.10.2020

Quando esta coluna foi criada jamais poderíamos imaginar e muito menos assimilar o seu sucesso entre os colegas da Polícia Civil, em todos os níveis. Sempre é bom destacar com orgulho da sua carreira e um pouco da sua vida fora do circuito policial. Ao se aposentar, o policial não recebe a glória merecida, não ganha prêmios e, em muitas das vezes, não recebe nem um cartãozinho de seus superiores, augurando votos de felicidades. É preciso que aqui ele conte um pouco da sua verdadeira odisseia para seus velhos companheiros e para as novas gerações. As fileiras da nossa querida Guarda Civil, extinta há anos, não só possuía homens aguerridos e valorosos, como também muitos que pareciam artistas famosos da época, como é o caso do nosso enfocado, que tinha os traços com um dos patrulheiros de um seriado, exibido na TV brasileira na década de 80.

Ele curtia sua boa pinta, dando ares de um destes famosos, metido no garboso uniforme azul marinho, camisa de palha clara, gravata, sapatos e meias pretas, e o famoso quepe com o distintivo da Instituição. Trata-se de Arli Pereira de Sousa. Muitos colegas vão ficar com a "pulga atrás da orelha", pois, devido ao tempo muitos esquecem o nome, mas jamais o apelido, principalmente do “Inhame”. Tudo isto surgiu de uma brincadeira. Junto com o pai Marcelino Pereira de Sousa e o irmão Armiro Pereira de Sousa, ele começou a trabalhar no mercado central numa banca de hortaliças e legumes, e foi aí que tudo aconteceu. Ele ficava gritando “olha o inhame, olha o inhame”. Ai o bicho pegou! Ninguém mais o chamava pelo nome Arli, que ingressou nas fileiras da saudosa Guarda Civil de tantas alegrias dadas à sociedade belo-horizontina. Ele trabalhou 10 anos no famoso “Pé de Poste”, de onde também saíram, com orgulho, os guardas Paulo Sette Câmara, posteriormente delegado chefe da Polícia Federal e alçou até o cargo de secretário da Segurança Pública do Estado do Pará, e o deputado João Pinto Ribeiro, hoje empresário e político de sucesso, entre tantos outros famosos. Arli saiu da Guarda Civil em 1961 e passou ao cargo de investigador, tendo trabalhado no 14º Distrito no Bairro Glória, na 1ª Regional da rua Uberaba, 13º DP- Metropol, 6ª Seccional de Contagem, onde era titular o delegado José Aparecido Vicentini, já falecido. Sua passagem em outras tantas unidades da Polícia Civil só lhe trouxe boas recordações. De acordo com Arli, naquela época existia uma união tão grande entre os policiais, que era só “mexer com um, que estava mexendo em caixa de marimbondo”, não é como nos dias atuais onde ninguém conhece ninguém e cada um fica no seu canto, ou com o seu bloco. Arli se lembra de seus antigos chefe na Guarda Civil, Anelito, Brandãozinho, Magalhães, Hélio Jardim, mas não se esquece de um nome que marcou época na Polícia Civil, que é um dos grandes ícones de toda sua história: José Resende de Andrade e o melhor governador, José de Magalhães Pinto, que pegou o Estado com pagamentos atrasados e só para a Polícia mandou pagar três contracheques de uma só vez. Foi uma alegria só. Casado com Zélia Maria de Sousa, há 47 anos, o casal não possui filhos e vive na rota BH-Itaóca, no litoral capixaba, onde possuem uma casa de verão e curtem a aposentadoria merecida. KM