ASPCEMG

Associação dos Servidores da Polícia Civíl do Estado de Minas Gerais

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A internet e o fim da privacidade

13.10.2020

O uso das redes sociais e dos aplicativos de smartphone para divulgação de textos, fotos e vídeos indevidos, tem tomado números alarmantes em todo Brasil, e em Belo Horizonte não é diferente. Segundo a Delegacia Especializada em Crimes Virtuais, semanalmente, mais de 25 pessoas procuram a Polícia Civil para denunciar crimes que violaram sua privacidade e ofenderam a sua honra.

O conteúdo erótico, sexual, normalmente repassado por um ex-namorado ou alguém em quem a menina tinha confiança, em poucos minutos acaba com a vida das jovens, que ficam impossibilitadas de estudar, trabalhar, realizar as atividades do dia-a-dia tranquilamente. Vale ressaltar que esse não é um problema que afeta uma classe social específica, e sim tem uma abrangência geral.

Desde que a atriz Carolina Dieckmann foi vítima dessa divulgação de arquivos sem o consentimento e que entrou em vigor a Lei 12.737/12, as denúncias aumentaram 20% e de acordo o delegado Pedro Paulo Marques, é provável que os delitos cibernéticos superem os crimes contra o patrimônio, maior preocupação da Corporação atualmente, em um curto espaço de tempo.

Os homens que divulgam o conteúdo podem responder por difamação e injúria, que acarretam em prisão de três meses a um ano e multa. Os que repassam também estarão sujeitos a sanções, como o cumprimento de medida socioeducativa, prestando serviços à comunidade.

Além de extremamente imoral e antiética, a atitude desses rapazes revelam a imaturidade e a falta valores e de amor dessa geração. Atrapalhar a vida da pessoa, causar depressão e expô-la ao ridículo não é a melhor forma de vingar nem de afirmar-se. É preciso pensar um pouco antes de agir, para não causar mortes como aconteceu em outros estados do país, em que duas mulheres suicidaram.

Em relação à integridade das garotas, é necessária a participação dos pais, com conversas e alertas às filhas do perigo que é a internet, ou mesmo a imposição de limites. Além disso, cabe a elas ter o discernimento para não ceder à pressão dos companheiros, que às vezes ameaçam terminar o relacionamento. A investigação envolve uma série de fatores e pode demorar, por isso é preciso pensar mil vezes antes de fazer algo desse tipo.